Leitores ao pé do fogo para ouvir os causos!!

Dos causos a um caso com o Leitor!

Um texto só sobrevive, se arrebanhar um leitor!!!!
Um leitor só existe, se alguém escrever!!!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Agradecimentos aos leitores

Parabéns pelo seu Blog!!!

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Um forte abraço,
Dário Dutra

Devo essa indicação aos meus leitores! Agradeço
Pela vontade e a paciência em ler os meus textos
Pela acolhida às minhas inspirações e tropeços!
E motivado por este fato escreverei até sem pretextos

(Ademar OLiveira de Lima)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Capitulo 1 - Gênesis

Um pouco da biografia do meu tio: Um homem não muito alto fisicamente, porém de um alto olhar crítico-criativo sem igual. Para um acontecimento virar uma história, era café pequeno. Andava diferente dos outros, parecia que abanava os braços num descompasso, acredito que para bater palmas acompanhando a execução de uma música, com certeza, sairia fora do ritmo. Semelhava ao andar do personagem Mazzaropi, a diferença ficaria no balançar dos braços. Olhos grandes e verdes parecia até que a verdura dos mesmos simbolizava o olhar da natureza, uma espécie singular sertaneja, sabe leitor, aquele olhar puro de um artista que vai sugar da realidade o homem citadino e integra-lo ao meio natural, ao seu antigo habitat via criação e recriação dos fatos. Nome completo João Esteves Brisola. Apelido: João Carcule!

Certa vez numa monção de barreamento de uma casa, estavam lá a comunidade toda construimdo uma casa para dois jovens rescem-casados. Haviam feito um buraco de uns três metros quadrados no chão, próximo da moradia em construção e este espaço transformou-se num piscinão de barro. Era dali que o pessoal enchia o baláio do material e levavam para ser colocado nos esqueletos de paredes, feito com guatambu fincado no chão e cruzado com hastes de bambu e amarrados com cipó. Era um feito artesanal essa parede.

No piscinão havia vários homens sapateando na preparação do massa. E no vai-e-vem de levar o barro para o barreamento. Apareceu Dona Catarina correndo atrás do neto. O garoto havia pego um tição do fogão à lenha e dele retiraria um pedaço de brasa para fazer remédio para o gatinho que, segundo o garoto, estaria assustado com o volume e o passa-passa de tanta gente. Soubemos isso depois de solucionado o caso.
Parece que está ficando meio confusas estas informações, é que eu, meu caro leitor , estou acometido de emoção e escrever é pura razão e as vezes eu tenho que dar um tempo na escrita, para me recompor e se aprumar nas trilhas do caminho! Se você não entendeu, leia de novo o trecho e refaça a sua ordem, mesmo que não seja a minha. O importante e você estar par e passos comigo!

Seguia o labutar coletivo quando Dona Catarina tropeçou no enxadão e caiu na piscina de barro. As interjeições foram variadas nas bocas dos presentes, alguns com dó, outros viraram para o lado e riram contidamente, entretanto a grande maioria a expressão era de espanto. O tombo foi feio. A mulher caiu de barriga e o vôo fez a saia subir e esta cobriu-lhe a cabeça e para seu desencanto descobriu as intimidades traseiras, A exposição ao vivo e para vários olhares masculinos que ávidamente devoraram todas as curva, estrias e banhas, não passaram despercebidas, nem as diferenças da pele em exposição ao sol, as coxas brancas contrariavam a pele morena da barriga da perna. A calcinha da mulher revelou um tecido de algodão referente ao saco de açúcar mascavo vendido, na época, no armazém de meu avô. Uma frase conhecida daquele tempo vinha gravada no tecido de algodão " adoce com o açúcar Moreninho" O interessante foi que na feitura da calcinha juntou-se as parte e, você sabe leitor, que mudando a ordem ou suprimindo algumas palavras temos uma nova informação e a nova frase assim ficou " Adoce o moreninho" Aquilo foi só risada e papo para o dia todo. Os homens, depois de sanado esta tragédia, ao olharem para o traseiro da coitada e diziam baixinho "aí que vontade de adoçar o moreninho!"

Sabe leitor a gente vai falando e uma coisa puxa a outra e se perde na meada da linha e o linharal todo se perde numa embromação que ninguém consegue achar o início do novelo, então eu peço permissão e paciência para eu reorganizar as ideias em minha caixola e revisitar a minha memória... Pois é, então a mulher caiu e meu tio só viu a coitada deitada no piscinão. Alguém enredando o fato para ele, na intenção de falar sobre o espanto da mulher falou " carcule só" e meu tio de bate pronto respondeu " oito arrobas". A risada foi unânime. O cálculo deveria ser do espanto e não do peso da senhora. Ele já tinha esse costume de calcular o peso das coisas e o danado não ficava longe do peso real. Aí então a partir deste instante nasceu o contador de história O Grande João Carcule!!!

Até mais e nos veremos na próxima história!!!! Abraço

( Santiago Derin)

sábado, 18 de abril de 2009

O princípio do princípio

Há quem diga que o lugar é conhecido por "Onde o Judas perdeu as botas", eu não acredito! Esse que todo mundo conhece já perdeu o encanto. Não acredito que essas histórias sejam de lá! Sou da opinião de que esse lugar deveria ser chamado "O mundo do Contador de histórias". Esse mundo é mágico, atraente tanto para criança como para adulto, o lugar nem é no Brasil. Ele é universal e deve situar-se na vocação do artista da palavra, deve emergir da capacidade de criação do grande ser humano primitivo. Leia-se primitivo aquele ser que veio antes e foi substituido (o seu modo de contar fatos) pelo rádio, pela televisão, pelo teatro e pelo etc.

Não me recordo quantas vezes era, se era uma ou duas vezes ou até mais vezes. Para mim se voce é leitor de primeira viagem então será "Era uma vez ( os demais fiquem com eram mais vezes e estamos estabelecidos) um lugar distante pouca gente e mesmo assim espalhados pela mata de meu Deus. Digo mato porque era mato mesmo. Similar a imagem da mata atlântica dos anos 50! A que se vê pela televisão, hoje, por mais bonita que seja nem chega perto desta que estou falando.

Leitor! Um aviso se estiver com pressa, feche este blog e vá procurar outro, este é demorado. O nosso tempo não pertence ao relógio moderno. O nosso é do giro do astro rei e esta noite é pequena perto das que vem aí pela frente!!! Este alerta não é um exagero é que se trata de um dos maiores contadores de história, ele é do tempo do fogo no chão, onde as pessoas se reuniam para contar causo enquanto o sono não vinha, armava-se um braseiro no centro da cozinha lá pelo anoitecer e alí sentado ao redor do fogo que aquecia água para o café, que assava algumas batatas, homens, mulheres e crianças degustavam todas as palavras proferidas peloTio João Carcule!!! "

Eu, Santiago Derin, tentarei resgatar algumas das famosas histórias desse herói sertanejo!!! Aguardem!!!!!!